quarta-feira, 14 de novembro de 2018

E mais uma perda

Oi, tudo bem?

E lá vamos nós para mais um velório...

Entre as duas perdas da minha amiga, o garoto perdeu a avó.

Ela já estava velhinha - ia fazer 90 anos em outubro - e começou a desenvolver os problemas típicos da idade.

Problema no coração - toma remédio que mexe com o rim.

Problema no rim - toma remédio que mexe com o intestino.

Problema no intestino - toma remédio que mexe com o fígado.

Conserta de um lado, estraga do outro.

Ela já tinha deixado avisado que não queria que estendessem a vida dela no leito do hospital; e assim foi feito. Ela foi internada e teve uma piora rápida - menos de 1 semana depois, ela faleceu.

O velório foi muito sentido por todos porque ela era a vó mais ativa, tão velhinha mas tão disposta, tão lúcida. E, pra ajudar, na hora do enterro, lá estávamos nós de novo com aquela garoa fria e gelada para encerrar a tarde.

Parecia o dia chorando a morte dela....

terça-feira, 13 de novembro de 2018

O que é a vida?

Oi, tudo bem?

Escrevo esse texto com um certo peso no coração por uma amiga que teve um ano bem difícil até agora.

Infelizmente, ela perdeu duas pessoas extremamente importantes na sua vida, dois pilares que sempre a sustentaram em todos os sentidos. Ela perdeu a mãe e a vó em menos de 2 meses.

Acompanhamos toda a dor que ela enfrentou, o período sofrido de internação da mãe que teve complicações de uma cirurgia por um erro médico e a internação da avó que veio logo em sequência e parecia uma repetição dos acontecimentos anteriores.

Nessa hora, o que a gente fala para uma pessoa dessas? Existe alguma palavra para consolar, diminuir a dor ou abrandar a perda? Como ajudar uma pessoa assim a seguir em frente, a levantar todos os dias apesar da dor, a seguir com a vida apesar do sofrimento?

Como bem disse o pastor Hernandes Dias Lopes em um vídeo que eu enviei para ela ver, de todas as dores da vida, a dor do luto parece ser a mais aguda. Infelizmente, todos nós enfrentaremos essa dor, ninguém escapa. Não é fácil enterrar um ente querido ou um amigo do peito. A dor do luto dói na alma, aperta o peito, esmaga o coração e arranca lágrimas dos nossos olhos. 

Até Jesus chorou no túmulo de Lázaro.

Mas, existe um amparo, um conforto na fé que nos sustenta todos os dias. A mesma fé que nos faz levantar para buscar o pão, para procurar um emprego, para levar o filho no médico, para acreditar no amor. A fé em Cristo traz a esperança porque Jesus já venceu a morte. Aqueles que nele creem nunca morrerão eternamente. 

Aqui, choramos a dor da saudade, mas sabemos onde nossos queridos estão. Eles estão no céu com Jesus. Para os filhos de Deus, que nasceram de novo, morrer é deixar o corpo e habitar com o Senhor.  Como já disse o apóstolo Paulo, "viver é Cristo e morrer é lucro"(Fp 1:21).

Isso não abranda o sofrimento, a dor. Mas Deus nos sustenta de forma sobrenatural. Tenho uma amiga que perdeu o marido muito cedo - ela até tem um blog contando toda a história. Aprendi com ela o sentido do versículo bíblico sobre "a paz que excede todo o entendimento" (Fp4:7). Aquela paz que brota no coração da gente na hora que não era para ela estar lá, aquela força que vem de dentro e te ajuda a seguir um pouquinho a cada dia até o sol nascer de novo. Essa paz é Deus e só Ele consegue fazer isso.

Oro pela amiga todos os dias - para que ela venha experimentar essa paz que excede todo o entendimento.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Bora descansar, mammy?

Oi, tudo bem?

Pra quem não sabe, mammy já tem 62 anos (com carinha de uns 50, pode acreditar) e trabalha fora há quase 10.

Antes de casar, ela trabalhava fora mas quando se casou, em 1982, ficou naquele dilema que as mulheres tinha naquela época: continuar trabalhando fora ou virar dona de casa? (Ô tempo bom....).

Como ela engravidou rápido de mim (tipo um mês depois de casada), ela acabou ficando com a 2ª opção e foi assim por quase longos 18 anos.

Quando eu estava na faculdade, passamos por sérios problemas financeiros (novamente, porque pappy já tinha falido quando eu tinha 12 anos e tivemos que vender casa, carro, rim para pagar dívidas de bancos e agiotas).

Naquela 2ª falência da família, eu já estagiava e mammy se virava nos 30 para ajudar na renda da casa, mesmo sem trabalhar fora: vendia pão, tapete de crochê... até itens da cesta básica que eu recebia e que não usávamos, ela vendia na venda da esquina para fazer um troco.

Ela começou a pegar serviço terceirizado de banca de calçado para fazer casa: costura, bordado, enfeites. E assim foi até ela conseguir um emprego registrado na cozinha de um hospital da cidade. Trabalhou 3 meses lá e não aguentou a pressão de uma abençoada colega de trabalho que era o próprio cão-chupando-manga para infernizar a vida das outras.

Voltou para o calçado mas não desistiu do emprego registrado. Prestou vários concursos e, finalmente, foi chamada para trabalhar de merendeira municipal. Meu maior orgulho! Ficou 8 anos na mesma escola, trabalhando manhã e noite e segurando toda a cozinha com mais de 100 alunos sozinha à noite sem receber hora extra.

Quando finalmente conseguiu mudar para horário diurno, as substitutas dela foram trabalhar em 2 à noite para cerca de 60 alunos e ainda receberam hora extra porque acharam o serviço puxado demais. É, mammy é muito boa no que faz mesmo.

Só que serviço de cozinha é muito puxado e a saúde dela começou a cobrar o preço: artrose, artrite, dores nas costas, nas mãos... Então, com a eminente reforma da previdência para acontecer e ela correndo o risco de ter que trabalhar até os 75 anos, conseguimos convencê-la a entrar com o pedido de aposentadoria.

Fizemos todo o processo pelo aplicativo MeuINSS porque a agência da nossa cidade não faz mais nenhum atendimento presencial sem que tem algum registro de solicitação pelo aplicativo. A solicitação foi feita em 24 de julho e o pedido foi aprovado religiosamente em 10 de setembro (a data que constava no pedido era 7 de setembro, mas foi feriado que emendou com final de semana... sabe como é?!).

O último dia no trabalho dela foi aquele chororô, afinal ela ia fazer muita falta mesmo. Agora, ela é uma senhorinha aposentada que está colocando os seriados e filmes do Netflix em dia. Afinal, com o valor da aposentadoria no Brasil, não dá pra fazer muita coisa mesmo.


domingo, 11 de novembro de 2018

Possante de cara nova

Oi, tudo bem?

Pelo título, você já deve estar pensando: você trocou o Toddynho!

J-A-M-A-I-S

Meu relacionamento com o Toddynho, meu companheiro de aventuras, vem desde 13/12/07 e não pretendo encerrar tão já, apesar de saber que esse momento inevitavelmente vai chegar porque ele está ficando velhinho.

Nem quero pensar nisso...

Depois da greve dos caminhoneiros e do sufoco que foi ficar correndo atrás de gasolina, decidimos que precisamos ter pelo menos um carro com alcool na família; se fosse flex, melhor ainda.

O garoto já estava há tempos procurando carro porque ele trabalha com o carro e precisa de um carro bom para ficar encarando as estradas que tem por aí. Mas o mais difícil era conseguir guardar dinheiro, juntar dinheiro e faltava coragem de assumir mais uma prestação de financiamento por mês, uma vez que ele é autônomo e não tem renda fixa.

Mesmo assim, o garoto continuou procurando e procurando e, por fim, achou um carro exatamente como ele queria: conservado, baixa quilometragem e com um bom preço. Graças ao paitrocínio, ele conseguiu trocar de carro.

Ficamos ainda um tempo com os 2 carros dele até ele conseguir vender o carro antigo e pagar parte da grana do paitrocínio. Nota: anunciem em OLX e Internet porque o retorno é rápido e garantido - conseguimos vender o carro antigo assim.

Agora, o garoto tem um carro flex para os momentos de economia e falta de gasolina e eu estou me preparando financeira e psicologicamente para trocar o Toddynho... ai, que dor no coração!

sábado, 10 de novembro de 2018

Tanque?

Oi, tudo bem?

A paixão da vida do garoto são os peixes. Já contei aqui sobre o 1º aquário que tivemos em casa e nosso peixinho de estimação.

De lá pra cá, o aquário aumentou, virou 2 que cresceram e viraram 2 maiores. E cresceram mais um pouquinho esse ano para virar 1 só.

O tanque da discórdia.

O garoto já tinha me mostrado o tamanho daquela bagaça, mas eu o vi em um barracão mega espaçoso - o que é bem diferente do que vê-lo dentro do meu minúsculo home office.

O dia da instalação foi um evento: ele chamou todos os amigos dele para ajudar colocar o trem dentro de casa, eu passei o dia fora para não estressar e achei que seria possível ficar de boas mesmo.

Quando cheguei em casa...

O susto foi tão grande que quebramos o pau bonito. Só que nosso maior erro foi deixar que meus pais subissem em casa bem na hora do tempo fechado.

Obviamente, meu pais tomaram as minhas dores e ficaram contra o garoto. Mammy é sempre mais sensata mas nem ela soube lidar direito com tudo aquilo. 

O garoto foi se lamentar para os pais dele que, obviamente, ficaram do lado dele. 

Nos primeiros dias, tivemos bastante dificuldade com o barulho das bombas, com o espaço ocupado e o novo layout do home office.

Mas, graças a Deus, conseguimos nos acertar e agora ele está lá gigante (Detalhe para o "enfeite" em cima):


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Parabéns: você sobreviveu a 100% dos seus piores dias

Oi, tudo bem?

A frase acima ficou bombando na minha cabeça durante todo o processo. 

No final de junho, passei pela pior situação da minha vida (eu acho e até agora).

Tudo começou na sexta, dia 29. O garoto tinha combinado comigo que ia almoçar no restaurante mas, em cima da hora, me mandou mensagem avisando que o cliente tinha atrasado e ele não ia conseguir chegar a tempo.

Com preguiça e não querendo gastar, fiz um prato congelado no microondas que tinha em casa e almocei. 
No meio da tarde, comecei a me sentir mal, parecia que a pressão estava bem baixa e senti muita dor de cabeça. Tentei comer alguma coisa no meu intervalo, mas nada ajudava a melhorar.

À noite, assim que cheguei do trabalho, tomei um belo de um banho quente e isso foi suficiente para eu vomitar tudo que estava entalado. Senti melhora e fui dormir.

No sábado, até que acordei bem e fui trabalhar de boas. Mas, no meio da manhã, comecei de novo com todos os sintomas da sexta. Fui pra casa e nada me fazia melhorar: tomei caldinho de mammy, dormi, o garoto cuidou da casa pra mim mas eu não conseguia me sentir melhor.

No final da tarde, a febre apareceu e eu tomei remédio. E a febre subiu, subiu, subiu. Subiu em um ponto que eu achei que já estava delirando porque não conseguia ficar descoberta, tudo doía e eu tinha a sensação que me faltava o ar.

Lógico que pedi socorro pra mammy e ela subiu em casa e chamamos o SAMU. A ida pra Santa Casa foi terrível - aquele negócio balança demais e eu fui piorando, piorando, piorando. Cheguei lá em pânico, chorado muito e com aquela sensação horrível de formigamento no corpo inteiro.

O médico que me atendeu pediu exame de sangue e me colocou em obsservação tomando soro.

Depois de uma hora de soro, a febre ainda não tinha abaixado. Tomei injeção de dipirona e, uma hora depois, a febre não tinha baixado ainda.

Aí, veio a pior notícia da minha vida: eu tinha que ficar internada.

Nunca fiquei internada, nem sabia como isso funcionava, perdi o chão e desatei a chorar.

Mammy ficou comigo enquanto o garoto foi dar entrada na papelada da internação. Subimos pro quarto e eu mal sabia como me ajeitar na cama com os acessos do soro no braço.

Passei o final de semana no hospital com vômito, diarréia e soro com antibiótico no braço em todo o tempo. Era difícil ir no banheiro minúsculo do quarto, era quase impossível arrumar o cabelo; tomar banho foi um martírio. Mal podia esperar para voltar pra minha casa, minha cama, meu chuveiro.

Na segunda, dia de jogo da Copa do Mundo, minha alta estava prevista para hora do almoço. Já cedo estava com tudo pronto pra sair de lá. Veio uma moça transferida para ficar no quarto comigo e a coitada passou o maior perrengue na hora de tomar banho porque o esgoto voltou e transbordou o vaso - dá pra acreditar nisso. O quarto e o banheiro ficou cheio de m**** e a faxineira demorou horrores pra vir limpar e tivemos que ficar no corredor esperando porque não tinha a menor condição de ficar lá.

Finalmente, consegui a alta por volta das 14h e saí de lá de pijama mesmo - mal podia esperar pela minha casa. 

Passei quase 1 semana de molho em casa para me recuperar do que me disseram ser uma infecção alimentar que me levou 5 quilos embora.

Nunca mais comprei aquele prato congelado.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Copa do Mundo

Oi, tudo bem?

2018 com certeza foi um ano marcante: Carnaval, greve dos caminhoneiros, eleições... e Copa do Mundo.

Ano de Copa do Mundo já começa com a gente conferindo o calendário dos jogos com horários para ver quando vamos ficar sem trabalhar hahaha.

No meu trabalho, seguimos o padrão de parar 2 horas antes e voltar 2 horas depois do término do jogo.

Confesso que não sou muito fã de futebol e tive preguiça de ver os jogos; dormi no 1º, fiz faxina no horário do 2º e só vi o 3º em companhia do garoto e da Neguinha.

Fora que no trabalho sempre tem aquele melindre porque "fulano trabalhou menos que ciclano". Afff... eu tenho culpa dos horários dos jogos?!

Infelizmente, não foi dessa vez que trouxemos o Hexa.

Mas vamos tentar catar em 2022 hahaha.


quarta-feira, 7 de novembro de 2018

E Deus fez tudo novo

Oi, tudo bem?

Para os que estão chegando agora,  preciso contar sobre a saga das igrejas na minha vida.

Nasci em um lar católico e fomos católicos apostólicos romanos praticantes até mais ou menos meus 10 anos. 

Apesar da religião, mammy  sempre flertou com outras religiões com a evangélica (ou protestante como diria minha tia-avó), espiritismo, misticismo, nova era, ateísmo.... enfim. Quando ela começou a passar por alguns problemas de saúde recorrentes, começamos a peregrinar em todas as religiões possíveis, buscando ajuda e cura.

Então, para resumir a história que é longa, nos convertemos e passamos a frequentar a Igreja Presbiteriana. Frequentamos assiduamente lá de 1993 à 2000. Depois o pastor mudou de igreja e pappy mudou também. Eu e mammy passamos a frequentar uma igreja neo pentecostal de um bairro próximo do nosso e ficamos lá de 2001 a 2010, enquanto pappy ia passando por diversas denominações.

Em 2011, conheci o garoto que era da Igreja Universal e aí começou o vai-e-vem de igrejas: um pouco na minha, um pouco na dele, um pouco na dos amigos.

Levamos nesse ritmo até casar em 2016. Daí em diante, a ideia era que arranjássemos uma igreja que fosse comum aos dois. Mas que coisinha difícil de conseguir! Umas eram muito barulhentas, outras tinham o culto muito curto, outras muito silenciosas, outras cultos muito longos... enfim, estava difícil conciliar tudo em uma só.

Daí, em maio tivemos a greve dos caminhoneiros e eu precisei deixar o Toddynho descansando na garagem por causa da gasolina escassa. Como a Presbiteriana é meio longe de casa, resolvi dar uma chance para uma pequena Igreja Quadrangular que fica perto de casa e fui a pé ao culto pela manhã com mammy.

Louvado seja Deus pelos caminhoneiros!

Encontrei uma igreja bem pequena com cerca de 50 membros que faz um culto das 9h às 10h30 com um louvor coeso e muito avivado (são geralmente 3 músicas que não ficam se repetindo e esticando só para criar uma comoção emocional), uma pregação direta e reta, simples mas profunda baseada corretamente na Bíblia (nada de terrorismo religioso ou achismos e misticismos de supostos pastores) e um encerramento muito espiritual com momento de oração e arrecadação de dízimos e ofertas.

Amei. Amei. Amei. 

O garoto foi no domingo seguinte e também gostou, mas ainda não consegui garantir o compromisso dele 100% em todos os cultos.

Estou lá desde 27 de maio e não pretendo sair mais.

terça-feira, 6 de novembro de 2018

E a greve?

Oi, tudo bem?

Acho que um dos episódios mais tensos desse ano - depois das eleições - foi a greve dos caminhoneiros que teve em maio.

O governo foi avisado, as autoridades foram avisadas mas eu acho que a população entendeu que íamos passar pelo apocalipse pré The Walking Dead. Do nada, minha cidade estava cercada de filas intermináveis nos postos de combustível e as postagens mais curtidas do Facebook eram as "onde ainda tem gasolina?".

O garoto enfrentou fila no posto para abastecer o carro dele porque ele trabalha com o carro o dia inteiro e era à gasolina, então não dava pra ficar sem. Mas confesso que cedi ao desespero da massa e pedi pra ele pegar gasolina pra mim e pra pappy também.

Fui no mercado e fiz a compra como se não houvesse amanhã - não devia ter feito isso.

Acompanhamos os protesto, assisti em choque a matéria do Domingo Espetacular sobre a qualidade das estradas pelo país e vi a cidade ficar quase às moscas porque todo mundo precisava economizar combustível.

Até no meu trabalho as coisas ficaram meio tensas porque tivemos que cancelar alguns eventos por causa do problema de mobilidade dos clientes. O nosso estagiário quase teve que dormir no trabalho porque o ônibus que ia pra cidade dele estava sem diesel para rodar.

Confesso que acabei excluindo algumas pessoas do meu Facebook porque não aguentava mais as fake news e compartilhamentos ridículos do tipo "estamos com vocês", "somos todos caminhoneiros", considerando que o agente-postador da mensagem estava sentado no conforto do seu lar, embaixo do ar condicionado enquanto os caminhoneiros estavam dormindo ao relento, buscando um pouco de dignidade para sua categoria. Fora os mentes-brilhantes que pediram a intervenção militar affff... vamos ter um pouco de aula de história né, galera?!

Graças a Deus chegou o feriado e, com ele, finalmente a pacificação e o fim da greve. De saldo, aprendi que não devo estocar nada e que não podemos acreditar em todas as postagens de Facebook e mensagens de whats.


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Quem eu mato primeiro?

Oi, tudo bem?

Dentre todos os episódios estranhos da adaptação do SIU, eu tive muitos sangramentos de escapes, inchaço abdominal e cólicas estranhas.

Com 1 mês de uso, eu fui fazer os exames de rotina para monitorar se estava tudo ok. Exame de sangue em ordem - até o colesterol começou a baixar depois que parei com os remédios. Depois tinha o ultrassom para ver se o SIU estava no lugar.

A médica que fez o exame na clínica particular que meu convênio cobre falou que estava tudo certo e o SIU estava bem posicionado. Quando fui buscar o resultado dos exames, vi que o laudo veio com SINDROME DO OVARIO POLICISTICO e não veio falando nada do SIU.

No mesmo dia, talvez por nervoso, talvez por coincidência, comecei a sangrar. Sangrar pra valer. Fiquei alguns dias assim. E, desesperada como sou, mandei um whats pra minha médica/amiga que se dispôs a me atender no plantão dela na Maternidade da Santa Casa da cidade.

Chegando lá, o guarda me questionou:
"- Vai onde?
- 3º Andar com a Dra. Fulana.
- Vai fazer o que lá?
- (Juro que minha vontade foi falar: fazer crochê com ela). Exame, estou com sangramento.
- (acho que ele pensou que eu estava grávida). Claro, pode subir!"

Chegando lá, ela esperava que eu tivesse levado os exames lá mas eu não levei e daí ela me deu um soro interminável para tomar para tentar cortar o sangramento. Que foi em vão porque eu continuei sangrando até a semana que seguinte que eu tinha consulta com ela.

Chegando no consultório, dessa vez levando os exames, ela olhou, olhou, olhou, me examinou (porque não dava para examinar no hospital na hora que eu fui) e concluiu: seus exames estão errados e você só está menstruada. 


Lá fui eu de volta na clínica questionar o lado do exame e a recepcionista disse que iria verificar. Quando voltei à tarde, ela veio com aquela cara fofa-de-quem-não-tem-culpa-de-nada e disse bela e plena: " Me desculpa, trocamos os exames". Foi tão espontâneo que soltei na cara dela: "Ainda bem que não era exame de câncer". 

Meu laudo correto constava a posição do SIU e que todo o resto estava ok. Conforme minha médica previu, a menstruação cessou 3 dias depois da consulta.

Só fiquei na dúvida se matava primeiro a médica que fez o exame e não conferiu os laudos ou a recepcionista que falou com tanta calma que tinha sido erro médico. Por fim, não matei ninguém porque o crime não compensa.

domingo, 4 de novembro de 2018

DIU ou SIU?

Oi, tudo bem?

Tomo anticoncepcional há quase 7 anos. Comecei com ele porque já tinha tentado vários outros métodos para tratar as cólicas menstruais tenebrosas que eu tinha todo mês. 

Primeiro, tomei o Allestra 20 que me inchou alguns quilos e me dava enxaquecas terríveis durante a pausa. Depois foi o Qlaria que era contínuo e praticamente igual à àgua pro meu corpinho: não dava dor de cabeça nem cortava as cólicas.

Daí, a médica doida que eu tratava na época me deixou 1 mês sem remédio pra poder começar com o Mercilon conti e aquele mês eu quase vi o inferno de perto de tão mal que passei. Pappy chegou a ir me buscar no trabalho porque eu não conseguia sair do chão do banheiro de tanta dor e eu lavei de vômito de tanta dor o chão da farmácia que fomos para eu tomar a injeção de Buscopan que era a única coisa que resolvia.

Passei 6 longos anos com o Mercilon conti e até que tivemos uma relação boa: não engordei tanto, pele e cabelo ok, libido médio, menstruação tranquila e pequena. 

Só que depois que casei, comecei a perceber um aumento nos episódios de crise de enxaqueca que eu já vinha tendo há algum tempo. Tentei tratamento no neurologista novamente, tentei tratamentos alternativos com osteopata mas nada aliviava 100% a dor. E ainda tinha o fato de eu não poder fazer exercícios físicos porque a crise vinha com tudo.

Depois que casei, tive a felicidade de começar a me tratar com uma grande amiga de infância, irmã da minha melhor amiga de infância e as coisas começaram a ficar mais fáceis pro meu lado. Afinal, nada como ter uma pessoa com quem você consegue realmente conversar quando se tratar de dúvidas da intimidade né?! 

Nunca tive problema em fazer exames com ela, em desabafar com ela, em tirar as dúvidas mais absurdas com ela. E ela foi a pessoa que me perguntou "por que você não tenta outro método contraceptivo para ver se a enxaqueca melhora?". Hum, interessante...

Para ajudar a mudança (penso que foi sinal divino), a produção de Mercilon Conti foi descontinuada no Brasil

Começamos a fazer exames e levantar meu histórico de saúde para ver qual método seria melhor pra mim e chegamos ao SIU - sistema intrauterino, mais popularmente conhecido como DIU hormonal.



O SIU é diferente do DIU porque o DIU é de cobre e não tem hormônio e não era indicado pra mim porque ele costuma aumentar as cólicas e o fluxo menstrual. 

O SIU tende a diminuir o fluxo - segundo a bula, até 20% das usuárias ficam sem menstruar geral - e diminui sintomas como cólicas, TPMs e enxaquecas. Ambos só tem o problema da parte estética que perdemos: pele e cabelo voltam a ficar "normais" e mais oleosos do que antes. 

Feitos os exames e tomada a decisão, esperei a menstruação de abril para marcar a colocação. 

E que sufoco que foi. 

Bem no mês de abril tivemos uma baixa no trabalho e começamos a trabalhar em número menor (leia-se trabalho dobrado) e bem na semana que marquei a colocação, tínhamos a suspeita da visita do presidente da empresa. Aí Jesus!

A colocação até que foi tranquila: beeem dolorida, mas rápida. Primeiro você fica naquela posição super confortável do exame ginecológico (#sqn) e a médica vai abrir o seu colo do útero e limpar o canal com iodo por causa do sangramento menstrual. 

Até aí, ok. 

A primeira dor vem na hora que ela vai medir o seu útero para ver se está ok com a medida de ultrassom e para ver se o diu vai entrar certinho. É uma dor tão aguda que dá aquela sensação que estão sugando tudo de dentro de você, mas ela não deve durar 5 segundos. 

Como a minha pressão começou a cair (ficou uma enfermeira do meu lado o tempo todo), a minha médica tentou descontrair um pouco e me relaxar:

"- Vamos parar um pouquinho e distrair. Adivinha quem está grávida?
- Quem?
- Eeeeeeuuuu!
- Como assim???? Você usa o SIU e falou pra mim que era mais seguro que a laqueadura?!?!? (quase levantei da cadeira nessa hora)
- Aaaaaaah, eu tirei aaaaaantes néééééé?! Que raio de médica eu seria se engravidasse no susto?!
Enfermeira ao lado: - Doutora, acho que a tentativa de relaxar ela não deu certo hihihi"

Depois disso, veio a segunda dor menos intensa mas bem incômoda da colocação do SIU e que também não durou 5 segundos. E acabou!

Fiquei 4 dias de repouso em casa e tive uma recuperação super tranquila. 

Depois que parou o sangramento, a médica me liberou para as "recreações em casal' e devo te contar que o negócio ficou muito melhor. Gente, senti músculos que nem sabia que eu tinha hahahaha.

Já estamos com 7 meses de uso ainda não parei totalmente de menstruar mas o fluxo diminuiu muito, tive alguns episódios estranhos mas tudo dentro do esperado do período de adaptação. A minha pele está parecendo um choquito só no período menstrual, graças a Deus. O garoto, como esperado, foi maravilhosamente paciente e amoroso em todos os episódios, graças a Deus. Choquei em saber que tem mulheres que desistem da transição porque os "maridos" não tem paciência com episódios turbulentos.

Para quem se interessar, estou a disposição para perguntas e tira-dúvidas. Sempre lembrando que isso é igual comércio das lojas Marisa: depende "de mulher pra mulher".