Oi, tudo bem?
Talvez este post seja o post mais íntimo que já escrevi na vida. E falo no sentido mais real da palavra "ÍNTIMO". Nessas horas, agradeço a Deus por ter este espaço para desabafar, conversar, reclamar, rir e chorar sem preocupações. Porque, para meu grande alívio neste exato momento, a maioria de vocês conhecem apenas a "Nana" que escreve aqui: ninguém sabe meu nome, endereço, no que trabalho ou onde moro. Ufa!!!! Ainda bem.
Bom, na última semana, tive uma consulta na ginecologista (mulheres que estão lendo sabem o peso que a combinação consulta+ginecologista significa; homens que estão lendo: que sorte vocês tem!!!). Há anos que venho lutando contra cólicas menstruais bem indecisas: tem mês que passo tranquila, só com aquele incomôdozinho chato de saber que estou menstruada e que a barriga está um pouco mais inchada que o normal. Mas tem mês.... já cheguei a vomitar de tanta dor!
Já tinha tentado outros especialistas da área que foram bem lights na consulta: o primeiro médico me recomendou "uma gestação para resolver o problema". Bom, não sei quanto a vocês, mas sou do tempo que filho não era remédio e gestação só rolava depois de um evento chamado "casamento"... enfim, opção descartada e vamos para o próximo médico.
O segundo médico...bem...ele...hã...assim.... me olhou com cara de ET quando eu pronunciei a minha idade e meu estado sexual (acho que dá pra chamar assim)... " xx anos... virgem...". Ele levantou os olhos da ficha médica e perguntou de novo "quantos anos você tem?!". É, doutor: sou espécie antiga, rara no mercado, difícil de encontrar. Alguns me acham louca, outros me acham ultra-romântica. Prefiro me definir como prática: não quero me arriscar com alguém que não seja 100% meu e, na minha concepção, só um marido consegue essa segurança (tá, se você vai me falar sobre casamentos que terminam, vou te chocar de novo: sou das que acreditam em uniões pra vida inteira. Inteira mesmo. E daí, entra o quesito fé: se Deus me preparou um marido, acredito e espero que ele vai dar conta do recado para todo o sempre. Amém!). O segundo doutor, apesar de tanto espanto, me recomendou um ultrassom e um tratamento que só funcionou por uns 3 ou 4 meses; depois disso, tomar o remédio indicado e tomar um copo d´água surtiam o mesmo efeito no meu corpinho.
Foi daí que resolvi apelar para a médica de mammy, que tinha uma lista gigante de espera e altas recomendações de amigas minhas. Tive que esperar alguns meses para ser atendida (mesmo com convênio médico, a espera por atendimento pode ser parecida ou até maior que o SUS). Consulta marcada, o chá-de-cadeira que tomei foi de quase 2 horas.....
A médica é muuuuuuito calma. Muito mesmo. Quando ela me cumprimentou na anti-sala do consultório e começou a me fazer aquele monte de perguntas básicas (idade, peso, altura, motivo por que estava lá, sintomas, remédios que tomei, blá, blá, blá), eu tive a sensação de que esqueceram de ligar a mulher na tomada. Jesus, que calma!!! E quando ela soltou a frase "agora, aguarda um pouco que eu vou te examinar", eu entrei em pânico. "Mas doutora, eu sou v*****, eu posso passar por exames?!". "Claaaaaaro que pooooode. Ficaaaaa tranquiiiiilaaaa". (Lembrando agora da cena, acho que ela parecia a Dolly do Procurando Nemo tentado falar baelês comigo... kkkkk).
Entrei na sala de exames e já dei de cara com aquela cadeirinha super confortável dos ginecologistas. Pânico! A enfermeira entrou atrás de mim e me entregou um pedaço de pano (ok, ela falou camisola mas a minha definição de camisola não abrange pedações de pano abertos atrás). "Tira tudo, tudo mesmo e fica só com ele". Como assim, tirar tudo?! Nem na frente da mammy eu faço strip!!! O coração foi a mil, a mão gelou, a barriga doeu, a garganta secou mas...convenhamos, eu já estava lá. Sair correndo do consultório não era mais uma opção.
Lá fui eu tirar tudo, colocar aquela coisa por cima e ficar naquela cadeirinha linda e confortável (total tom de ironia, ok?!). A médica entrou, pediu pra eu me pesar e mediu a minha pressão que, misteriosamente, estava normal naquele momento apesar do coração estar mais disparado que cavalo em corrida. Daí, começou a sessão aperta-aqui-aperta-ali para ver caroços, deformações e qualquer coisa que pudesse aparecer no meu corpo. Enquanto isso, tinha uma mega tv de tela plana de umas mil polegadas em frente da cadeira, passando uns clipes musicais bem relaxantes. Pelo menos, era um consolo. Até que ela chegou onde não devia....
Não bastasse chegar lá, ela ainda trocou o canal da tv e soltou a frase "Olha só quem tá aí?!". Juro que se existisse um buraco na sala, naquele momento eu tinha pulado lá. Não é muito confortável ver algo íntimo em alta definição assim...tão...de repente. De longe, foi o momento mais constrangedor da minha vida inteira. E já me falaram que tem coisa pior para encarar ainda no quesito exame porque eu ainda não passei da segunda base. Senhor, me ajuda! Eu sei que pode soar ridículo, infantil, mas tentem entender meu lado: eu achei que ia lá só para ela me passar um remédio, pedir exames de rotinas e beleza. Não que eu ia precisar fazer um strip para duas mulheres que nunca vi na vida....
Enfim, depois de tanto constrangimento, graças a Deus ela não constatou nada de grave mas pediu um outro ultrassom para garantir. E eu já estou preocupada em marcar o retorno.