Chegando no 25º dia desse ano que se diz 2021 mas com cara de 2020. Alguém aí de saco cheio da humanidade? Gente, eu achava que ia ficar com mais empatia e mais amor ao próximo depois de passar por tudo isso, mas percebi que estou com mais ranço de gente do que nunca.
25º dia do ano. O que fiz até agora? Vivi, sai um pouco para não surtar (e gastei vários álcoois-géis para sobreviver), já li 2 livros e ainda estou trabalhando.
A nossa virada do ano foi a mais inusitada da vida: ficamos eu e o garoto no quarto esperando dar meia noite, demos o extrato de maracujá para Neguinha e... nem um rojão! Nem unzinho sequer! Nem parecia virada de ano: não tinha queima de fogos na tv, não tinha barulheira do vizinho, nada. Só silêncio.
Não tivemos almoço de início de ano porque mammy estava com labirintite que passou depois da consulta no médico que fez umas manobras para colocar os cristais do labirinto no lugar.
No 2º dia do ano, colocamos Bolinha para pegar estrada. Fomos até em uma cidade da região para conhecer uma nova loja de aquarismo que o garoto queria ver e depois fomos no Shopping: tudo devidamente seguindo os rigorosos padrões de higiene, saúde e segurança da APEB (eu kkk): só tirei a máscara para almoçar, desinfetei pratos, talheres, copos, mesas e tudo que tocamos. As mãos ficaram ensebadas de tanto álcool gel. Pude voltar no Starbucks e confesso que nem lembrava como fazer o pedido depois de quase 1 ano de distância. Na livraria, lógico comprei 2: Adultos e O Tratador do Zoológico de Mossul.
Voltamos a vida “normal”, que significa trabalho com muitos desafios pela frente. E, claro, que o covid tinha que atrapalhar. A galera pegou pesado no final do ano e agora estamos com a conta de hospitais lotados e falta de tudo: medicamento, oxigênio, leitos, esperança. Aqui na minha cidade, regredimos para a fase mais crítica (vermelha) que tem mais cara de rosa bebê: tem o decreto super rigoroso que manda fechar tudo, mas todos dão “um jeitinho” de funcionar de alguma forma. E assim o Brasil segue.
Por isso, meu ranço tem crescido.
Fiquei sabendo que uma família próxima muito querida minha passou por maus bocados no final do ano com os pais doentes, irmãos doentes e outros suspeitos e me senti mais ainda isolada do mundo por ficar sabendo disso só depois, sem ter tido a chance de poder ajudar de alguma forma.
Quanto à minha lista de filmes e séries, já foram alguns para conta:
Lupin - Assane Diop (Omar Sy) é um homem que viu seu pai ser acusado injustamente de um crime. Agora, ele está em busca de vingança e, para isso, se inspira em Arsène Lupin, o famoso “ladrão de casaca” da literatura francesa. Para quem gostou de Intocáveis e Chocolate, mais um filme com esse ator incrível
Wandavision: nada é o que parece! Wanda e Visão estão casados, levando uma vida pacata em um subúrbio tipicamente americano com várias referências à sitcons clássicas. Mas... nada é o que parece e, a cada episódio, o plot da história fica mais sinistro... e interessante!
Mulher Maravilha 84 : Deus me livre! Que filme chato! Que história sem pé nem cabeça... um desperdício de tempo.
Acquaman: mais um da galera DC que achamos em uma videolocadora (sim, isso ainda existe na minha cidade) e que é entretenimento puro para quem não quer pensar e só quer passar o tempo.
Os livros lidos até agora:
Operação Nínive: uma releitura do livro bíblico de Jonas à luz do problemas de hoje como terrorismo, guerras e racismo. Livro curto que vale a sentada para ler.
Espelho, Espelho Meu... Agora O Espelho É Deus: livro curto escrito para garotas adolescentes com “dicas” de como se comportar de acordo com a vontade de Deus. Confesso que alguns capítulos deram sono, tamanho foi o machismo do texto. Mas vale a leitura e, como bem disse o apóstolo Paulo, “ouvi de tudo e retém o que é bom”’.
Seguimos na vida de sempre, orando para permanecermos bem até virar jacaré - entendedores entenderão.