Oi, tudo bem?
Hoje, quero trazer a resenha de um dos melhores livros que li na vida - já saiu da minha pilha da vergonha de livros parados (há mais de 1 ano esse livro estava na minha pilha da vergonha) para a pilha dos livros queridos da estante.
Título: Refúgio Secreto.
Autores: Corrie Ten Boom, John e Elizabeth Sherill.
Páginas: 296.
Corrie tem Boom foi uma relojoeira holandesa que se tornou heroína da Resistência, sobrevivente dos campos de concentração e uma das mais notáveis evangelistas do século 20. Durante a 2ª Guerra Mundial, ela e sua família arriscaram suas vidas para ajudar judeus e integrantes da Resistência a escapar do nazismo e, por causa dessa iniciativa, eles foram presos e enviados para os abomináveis campos de extermínio. O livro narra a história de como a fé triunfa sobre o mal.
"Foi assim
que aprendi que não é em nosso perdão, nem em nossa justiça própria, que
repousa a sorte do mundo, mas nos do Senhor. Quando ele nos ordena que
amemos os nossos inimigos, ele nos dá, juntamente com a ordem, o seu amor".
O livro conta,
de forma curta e agradável, passagens da infância e criação de Corrie e seus
irmãos antes de chegar a 2ª Guerra. Seu pai mantinha uma relojoaria, profissão
que Corrie viria a adotar mais tarde, e viviam ela, suas duas irmãs, seu irmão,
seus pais e suas duas tias solteironas.
Cornelia Johanna Arnolda ten Boom, conhecida como Corrie (15 de abril de 1892 – 15 de abril de 1983) já tinha mais de quarenta anos quando começou a segunda grande guerra. Ela e sua família eram holandeses cristãos e, num primeiro momento, eles acreditaram que a Holanda conseguiria se manter neutra na guerra - o que não aconteceu, infelizmente.
Quando a guerra começou foi inevitável não ajudar os judeus que conheciam, não importa se estivessem correndo perigos. A pequena casa no Haarlem se tornou uma espécie de Centro de Operações e pouco tempo se passou até que eles também tivessem hóspedes fixos morando escondidos com eles. Dessa forma, eles viriam livrar muito judeus da morte certa nas mãos da SS nazista. A devota família cristã dos ten Boom era conhecida pela sua atitude prestativa para com todos. Com relação aos judeus, isso foi ainda mais acentuado pelo reconhecimento dos ten Boom da importância do povo judeu nas escrituras e na fé cristã: eles chegavam a se preocupar em providenciar comida kosher e respeitar o Sabá.
“Como podemos levar qualquer coisa pra Deus? Como nossas pequenas quinquilharias podem lhe interessar? Jesus querido, agradeço por termos que ir de mãos vazias. Agradeço por tudo, tudo o que fizeste na cruz, e porque tudo o que precisamos na vida ou na morte é ter certeza disso”.
"Amor. Como era
que se mostrava amor? Como Deus poderia demonstrar, ao mesmo tempo, amor e
verdade, em um mundo como este? Morrendo. A resposta me ocorreu da
maneira mais vivida e aterradora possível: a forma de uma
cruz marcara a História."
Por um bom tempo, Corrie e sua
família conseguiram colocar em prática Mateus 25:40, acolhendo
àqueles que sofriam, assim como Jesus ensinou. Mas em determinado momento, um
colaborador holandês denuncia a família Ten Boom pelo que estavam fazendo e,
consequentemente, a família toda, bem como alguns amigos que também cooperavam,
são presos e levados ao campo de concentração nazista. Eles foram enviados para a
prisão de Scheveningen, em seguida para o campo de concentração Vught (ambos na
Holanda), e finalmente para o campo de Ravensbrück, na Alemanha, em setembro de
1944 – sem spoilers para você ler o livro.
“E nosso sábio Pai do céu também sabe quando vamos precisar das coisas. Não corra à frente dele, Corrie. Quando chegar a hora da morte de algum de nós, você irá procurar dentro de seus coração e encontrará a força que precisar. No momento certo”.
No
filme “O Refúgio Secreto” (tem no youtube),
Corrie narra o episódio de sua saída do campo de concentração, contando que
mais tarde ela soube que sua soltura havia sido um erro burocrático e todas as
prisioneiras de sua idade no campo foram todas mortas uma semana após sua
libertação.
“É preciso contar às pessoas que aprendemos aqui. Temos que dizer que não há poço tão fundo, que o amor Dele, ainda mais profundo, não consiga alcançar. Elas vão nos ouvir, Corrie, porque estivemos aqui”.
“Apenas o céu revelará o lado direito da tapeçaria de Deus”.
Em
2007, seu pai e sua irmã Elisabeth receberam a mesma honraria.
Ten
Boom foi homenageada pela Rainha da Holanda em reconhecimento ao seu trabalho
durante a guerra e um museu em homenagem a ela e sua família foi criado na
cidade de Haarlem.
Tanto Corrie quanto sua família, principalmente sua irmão Betsie são um exemplo de fé cristã.
Por esses e outros motivos, é difícil transmitir o tanto que esse texto tocou minha mente e meu coração.
Grifei diversas citações dela e de sua irmão Betsie - que me causou mais admiração ainda - e com certeza vou levar essas observações para a vida!
“O círculo de algodão azul me dizia que quando estamos
nos sentindo mais pobres, quando perdemos um amigo, quando um sonho é desfeito,
quando aparentemente nada no mundo resta para deixar a vida bela, é que Deus
fala: Você é mais rico do que imagina”
Na atual situação que vivemos, com tantas incertezas que falta de compaixão e amor ao próximo, é um livro que definitivamente merece ser lido e relido para "levarmos à mente o que nos dá esperança".
“Não há ses no tempo de Deus – eu podia escutar sua voz dizendo isso. Teu tempo é perfeito. Tua vontade é nosso refúgio secreto. Senhor Jesus, mantém-me de acordo com a Tua Vontade e não me deixes enlouquecer fazendo conjecturas fora dela”.