Oi, tudo bem?
Então, estamos na mesma correria de sempre entre trabalho, família, casa, namorado e outras coisas mais. Ás vezes, eu tenho a sensação de estar equilibrando pratos igual aqueles malabaristas de circo, sabia?! É um monte de trabalho que se acumula em cima da mesa de forma astronômica; se eu for contabilizar o tanto de clientes que precisei cadastrar semana passada em tempo recorde, mais as horas extras que tive que fazer para dar conta do recado, fora a dor no ombro por causa da tão abençoada posição que a gente fica em frente ao computador.....ufa, com certeza a conta seria de grande valor!
Em casa...bem, em casa, as coisas continuam como sempre. Com a diferença que a ideia de casamento - no caso o meu - está começando a tomar forma lentamente. Pappy já começou a se empolgar em ver casa, terreno, construções para o futuro da filhinha. Mammy até comprou um forno elétrico novo - ok, ok... era o sonho de consumo dela desde que eu me entendo por gente - para eu aprender algumas receitinhas novas na cozinha. E o garoto... bom, o garoto está fazendo mil planos.
O problema sou eu.
É, eu mesma.
A palavra com C me causa calafrios. Eu não consigo me imaginar morando em outra casa, sem minha mammy por perto, tendo que cuidar de marido, casa, roupa, cozinha, supermercado, quitanda, açougue, contas...afff!!! E, para ser sincera, tenho ainda dúvidas se ele é O cara. Puxa vida, vamos enumerar:
- ele é mais novo e, por tabela, algumas vezes bem mais imaturo que eu;
- ele não tem ambição profissional....bem, eu devo admitir que meu trabalho não é um super-mega-power-plus-advanced-blaster emprego, mas eu agradeço a Deus todos os dias por estar em uma empresa importante, com um salário legal e vários benefícios que dão um conforto a mais para minha vida. Ele tem um emprego bem simples, o patrão não costuma pagar em dia, ele não tem nenhum benefício e se arrisca demais todos os dias... pra quê?
- quando o assunto é religião...ele parece mais firme que eu em alguns momentos, mas em outros...só misericórdia divina mesmo! A igreja que ele frequenta é bem polêmica e eu só vou lá - bem de vez em quando - para agradá-lo. E ele está sempre indo na minha - ou melhor na que estou frequentando agora porque na minha eu ainda não tive coragem de levar por alguns motivos.... como por exemplo o fato do meu pastor dar nome e sobrenome de igrejas que eles não concordam e a igreja dele estar incluída e eu passar uma vergonha por isso.
- tem coisas que ele faz que me irritam profundamente. E não é sempre que adianta falar muito. Sabe, não gosto de grude, não gosto de pegação no pé.... Tem dias que tudo que eu queria era poder chegar em casa, colocar um pijama e ficar jogada no sofá da sala zapeando pela tv. Mas Nããããããããoooooo!!! Ele tem que subir pra ver, ele inventa de sair para dar uma volta e se eu falar que não tô a fim, ele fica com aquela cara de filhote-que-caiu-da-mudança e eu acabo culpada.
A palavra com c soa tão definitiva pra mim. Eu nunca lidei bem com o definitivo. A possibilidade de ter uma saída, um plano B, um retorno sempre me agradou demais porque sei que posso arriscar sem medo. Coisas definitivas me dão pânico...e a palavra com C me causa dor de estômago e vontade de chorar.
É claro que ele tem qualidades, qualidades imensas. Caso contrário, eu não estaria com ele ainda, certo?! Apesar de sermos muito diferentes, ele respeita e até admira essas diferenças. A gente conversa muito sobre muita coisa (na última terça, foi muito legal porque ele não estava bem e nós ficamos trocando mensagens pelo celular por mais de duas horas....eu falava que estava vendo um programa e lá ia ele assistir pra conversar sobre aquilo...foi muito bom!). No dia em que ele recebeu o salário, ele foi comprar um ramalhete de flores de chocolate para me dar - assim, sem data de comemoração nem nada.
Afffffffffff...posso ser sincera? Sei que o problema sou eu. Sou encanada, complicada, histérica, ansiosa, desesperada, preocupada, todos os "ada" ruins por aí. Mas o que fazer para mudar?! Por mais que me digam "relaxa", "confia em Deus", "não pensa no amanhã", eu não consigo me manter 100% relaxada o tempo todo.
Desculpem o desabafo, mas estava precisando....