Oi, tudo bem?
Focando na ideia de dar valor às pequenas coisas para ver se eu melhoro o meu psicológico, vamos a pequena conquista de hoje: a Neguinha andou de carro comigo.
É assim: ela foi adotada em 8 de junho desse ano e a madrinha dela - que foi quem a encontrou à beira da estrada - disse que ela tinha muito medo de carro, provavelmente porque ela foi abandonada por um. Ela me contou que teve um cara que entrou em contato com ela para saber sobre a cachorrinha e não retornou mais às ligações. Olhando o facebook do cidadão, ela viu uma postagem de algumas semanas antes doando uma cachorrinha de pequeno porte que batia com as características da minha filha (mas a postagem não tinha fotos para comprovar). Deduzimos que o cidadão não encontrou um novo dono e resolveu se livrar da cachorrinha na beira da estrada, na saída da cidade. #semcoracao #genteruim
Com esse trauma de infância, o veterinário dela nos orientou a não forçar a situação: então, não saímos muito com ela de carro. A pé, a coisa não é muito diferente: é só colocar a coleira e sair com ela na calçada e ela já treme toda e quase tem um infarto. A situação piorou um dia atrás aí que eu saí com ela e tentei dar uma volta na quadra. Passando perto de um portão, o cachorro deu um latido forte do lado de dentro e ela deu um pulo de susto! O tranco soltou a coleira do corpinho dela e ela disparou rua abaixo. Graças a Deus, eu ajoelhei e gritei o nome dela e ela olhou pra trás e voltou correndo desesperada pro meu colo. Quando a agarrei, ela arranhou meu pescoço e bateu no meu queixo de tanto medo, coitadinha. Depois desse dia, eu desisti totalmente de tentar sair com ela na rua: ao invés de acalmá-la, ela voltava mais estressada para casa.
Assim, seguimos nossa vida com ela correndo bastante pelo nosso quintal, fazendo muito exercício com as bolinhas e os brinquedos que demos para ela - dos quais, os de pelúcia não sobrevivem mais que alguns minutos, porque ela adorou fazer anatomia dos bonequinhos e abrir todos e arrancar toda espuma de dentro kkk #vocacaoparamedica
Hoje, eu tinha que levá-la para tomar banho e tosar e arrisquei levá-la dentro do Toddynho porque o pet shop é duas quadras acima de casa. Coloquei ela na coleira e abri a garagem (não tenho o hábito de deixar ela na frente de casa porque nosso portão é automático e tenho medo que ela escape, além de evitar sujeirinhas indesejáveis bem na frente da sala né?!) e ela foi meio receosa até o carro. Incentivei-a a entrar no Toddynho e ela foi meio ressabiada, orelhinha murcha, rabinho no meio das pernas. Amarrei a cordinha da coleira no apoio de braço da porta do passageiro e fomos bem devargazinho. E não é que deu certo?! Ela foi chorando um pouco, mas se comportou melhor do que o esperado e consegui levá-la e buscá-la sem maiores problemas.
Ou quase.
Primeiro, porque a moça tentou de novo cortar as unhas dela - da outra vez, ela tinha cortado demais e me avisou. Dessa vez, ela não conseguiu cortar tudo e até me pediu desculpas, mas não me disse na hora que tinha tentado cortar das patinhas de trás e tinha cortado demais. Quase tive um piripaque quando vi as manchas de sangue no piso de casa quando soltei ela no quintal. Liguei para o veterinário que disse que não era um caso grave e me orientou a fazer um curativo com gaze e pomada cicatrizante que ia parar o sangue em até uma hora. O garoto tirou sarro da minha cara, dizendo que sou mãe superprotetora e que ainda bem que não teremos filhos gente porque se eu já sou assim com uma cachorrinha, imagina com uma criança! Admito: até chorei de preocupação.
Segundo porque voltando para casa, teve um pequeno acidente com o vizinho da esquina que acertou um motoqueiro. Na hora que fui fazer a curva, tinha a caminhonete do vizinho, a moto do moço, mais duas motos ajudando e uma perua kombi cheia de gente no meio do cruzamento. Eu tentei atravessar o cruzamento para guardar o carro e a cachorrinha e voltar para ver se o vizinho ou o moço da moto precisavam de alguma coisa: não dava para fazer nada com a filha dentro do carro. Só que a tal kombi estava meio que andando, acredito que porque o motorista estava prestando atenção no acidente e não estava freiando 100%. Eu buzinei pedindo a vez e o cara da kombi me deixou passar. Só que na hora que eu estava guardando o carro, o tal cara da kombi buzinou e sinalizou falando que eu precisava ter mais coração. Oi? Eu só pedi a vez para passar e fui acusada de ser fria? Para governo daquele mané, eu guardei meu carro e minha cachorra e fui lá ver no que eu podia ajudar. Só que o vizinho é político da cidade e, lógico, não queria ajuda de ninguém e já estava cuidando de tudo sozinho mesmo. Vai que perde um voto, né?!
Com isso e com o sangue da patinha da Neguinha, meu almoço foi meio azedo e a comida ficou ruim e caiu feito cimento no estômago.
Ainda bem que hoje é dia de branco e eu vou trabalhar.