Oi, tudo bem?
Mais um livro lido em 2016; e olha que a listinha está com sérias dificuldades para aumentar. Não tenho tido muito vontade de ler ultimamente; de fato, não tenho tido vontade de muita coisa ultimamente.
Mas se tem um tema que sempre me chama a atenção é a Coréia do Norte. Ô paísinho misterioso! Tem quem fale mal - e muito mal - e tem quem fala bem - e muito bem. Querem um exemplo? Tem um livro chamado Fuga do Campo 14, que conta a história de um sobrevivente de um dos piores campos de trabalhos forçados que existem na Coréia. Confira a história dele resumida aqui. O livro é muito forte e eu confesso que não consegui terminar. E sim, ainda hoje em 2016, existem campos de trabalhos forçados para condenados da justiça. Agora, a dúvida é se os condenados são mesmo os bandidos ou se os que condenam são os bandidos em questão.
Por outro lado, tem o time que defende a Coréia e diz que o país é lindo! Até achei uma página no Facebook falando sobre isso - clique aqui. Em uma das publicações, questionei a liberdade religiosa do país (que dizem que não existe) e outra pessoa me apoiou, citando casos que saíram na mídia sobre repressão religiosa. O autor da página nos disse que os estrangeiros - na sua maioria - são considerados espiões do USA e que eles sofrerem repressálias por isso. Foi até citado que os templos religiosos podem ser abertos no país, mediante autorização prévia do governo. Hum, interessante... e se o governo não autorizar???
Bom, no meio desse papo online, eu citei o livro que acabei de ler hoje e fui bombardeada com matérias que "desmentem" a autora do livro. No entanto, quando citei o livro Fuga do Campo 14, não tive resposta.
Enfim, vamos falar do livro Para Poder Viver, escrito por Yeonmi Park. Você já deve ter visto o vídeo da pobre oriental que chora ao contar a sua saga de sobrevivência rumo a Coréia do Sul (se não viu, o link está aqui). Então, ela é a autora do livro.
Yeonmi Park não sonhava com a liberdade quando fugiu da Coreia do Norte. Ela nem sequer conhecia o significado dessa palavra. Tudo o que sabia era que fugir era a única maneira de sobreviver. Se ela e sua família ficassem na terra natal, todos morreriam de fome, adoentados ou mesmo executados.
Park cresceu achando normal que seus vizinhos desaparecessem de repente. Acostumou-se a ingerir plantas selvagens na falta de comida. Acreditava que o líder de seu país era capaz de ler seus pensamentos.
Aos treze anos, quando a fome e a prisão do pai tornaram a vida impossível, Yeonmi deixou a Coreia da Norte. Era o começo de um périplo que a levaria pelo submundo chinês de traficantes e contrabandistas de pessoas, a uma travessia pela China através do deserto de Gobi até a Mongólia, à entrada na Coreia do Sul e, enfim, à liberdade.
Neste livro, Yeonmi conta essa história impressionante pela primeira vez. Uma história repleta de coragem, dignidade e até humor.Para poder viver é um testamento da perseverança do espírito humano. Até que ponto estamos dispostos a sofrer em nome da liberdade? Poucas vezes a resposta foi dada de modo tão eloquente.
A minha sensação, após o término do livro, foi que nosso país não difere muito da temida Coréia do Norte. Afinal, se formos avaliar as diferenças gritantes entre as metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro e o interior do sertão ou do Amazonas, já dá para entender que as divergências em nosso país vão muito além do que pensamos.
Sinceramente, a autora não me passou tanta credibilidade como no livro Fuga do Campo 14: algumas situações contadas no livro ficam mal explicadas ou sem final conclusivo; outras tem reviravoltas dignas de novela mexicana.
Enfim, acredito que seja uma leitura válida para conhecermos outra realidade; outros costumes; outra cultura que é tão distante da nossa em alguns pontos, mas que conta com pitadas de realidades bem similares, infelizmente.
E aí, alguém já leu?!
13 comentários:
Acho complicado quando a gente lê algo que não fica muito convencido, né? Mas creio mesmo que seja válido no sentido de conhecer outra cultura e realidade
beijo
beinghellz.blogspot.com
Eu ainda não li,mas conhecer novas culturas sempre é interessante! vale! bjs, tudo de bom,chica
Com certeza Chica! #ficaadica
A Coréia do Norte em si já é um tema polêmico. Vale a pena a leitura pra refletir.
Por isso mesmo Hellz, eu não terminei o livro com uma impressão muito boa. Mas valeu a leitura!
Já tinha visto algo meio superficial sobre o livro, ma não sabia exatamente do que se tratava até ler sua resenha. Confesso que esse tipo de livro não costuma chamar muito a atenção, mas como você disse é uma boa oportunidade de conhecer um pouco uma realidade diferente da nossa.
Blog Profano Feminino
Obrigada pela visita. Já vou lá!
Que bom q gostou. Eu gosto muito de ler livros sobre culturas diferentes para aprender mais
Eu li uma reportagem sobre esse livro na Revista Cláudia do mês passado e confesso que fiquei com vontade de ler, principalmente agora com a sua resenha! Vou procurá-lo para comprar!
Beijinhos
www.brisadatarde.com
Não li o livro, mas vivemos sob forte ameaça no Brasil de termos uma ditadura comunista daquelas. Bom se informar e ir além leituras restritas a jornais e revistas.
Cadinho RoCo
Jura? Que legal! Eu achei o livro no site lelivros para baixar e me interessei por falar sobre a Coréia do Norte, um dos países mais fechados do mundo! Depois me conta o que achou.
Exatamente por isso achei que o livro tem alguns pontos em comum com o nosso país. Também temos extremos em várias regiões, muitos deles causados pela má administração pública.
Me interessou mais o Fuga campo 14, já que o outro parece ter menos credibilidade. Abraços.
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