domingo, 21 de novembro de 2004

Estou sentada, escutando how do i live da leanne rimes e pensando na vida. Meu futuro promete para o próximo ano: literalmente, só Deus sabe o que vai acontecer. O chefe não pretende ficar muito tempo no trabalho, levando em consideração a vitória certa da chapa nova, o desânimo da chefona, a promoção da esposa dele ... Enfim, tá tudo indo pro buraco e estou preocupada com a minha situação. Sabe, se for parar para pensar, a mudança de diretoria pode ser uma ótima, mas pode ser uma fria enorme: se eu tiver que procurar emprego de novo, meu Deus... nem sei mais por onde começar. O chefe deu uma luz, do tipo que ele pretende abrir uma filial e talvez levasse a gente pra trabalhar com ele: no entanto, paira a dúvida se ele leva a outra por causa do tempo de amizade ou me leva pela eficiência do trabalho. O fato é que eu não posso fazer grandes planos para além de janeiro de 2005: o chefe mesmo disse que talvez os dez dias de férias do final do ano sirvam pra ele colocar a cabeça no lugar e pensar bem se vale realmente a pena deixar tantos anos pra trás por causa da nova chapa. Mas eu tô orando tanto pra Deus deixar tudo como está, com todo mundo ali trabalhando junto, todo dia ....até aguento o que vier se a turma continuar a mesma.

Já escutei Califórnia umas dez vezes e não enjoou. O chefe tinha que tirar sarro do meu pequeno mico no Anhembi na última sexta, quando fiz o favor de vomitar na entrada do pavilhão na frente de todo mundo. Que vergonha! 

A festinha de despedida da japa mudou de lugar. Só quero ver como vou fazer pra pagar o que comer. Além do que, tenho que ir no dentista amanhã, porque aquela pequena manchinha no meu dente do fundo acaba de virar uma cratera que já está incomodando e o postinho só pode atender daqui cinco meses, porque eles vão entrar de férias e os aparelhos de obturação estão quebrados.

O clima em casa? A mesma merda de sempre. Até comecei a considerar a idéia de que seu meu pai morresse, a coisa seria melhor. Mammy e eu tocaríamos a loja juntos, eu não teria tanta preocupação pra trabalhar: venderíamos o carro, compraríamos um carro menor e melhor; até os gastos domésticos diminuiram, isso sem falar na paz que seria viver sem ele. Mas ele continua aqui, firme e forte e com certeza, sei que é até pecado falar isso mas, até que minha idéia não é tão ruim.

Love respondeu o email da mammy e parece que o rapaz está cada vez mais interessado em reecontrar mammy. Eu adoraria ver esse encontro e, se depender de mim, tô colocando todas as minhas fichas nisso.

Sabe, tô escrevendo tanto pra ver se consigo me animar e ver uma luz no fim do túnel, porque realmente, não estou com nenhum pingo de esperança. Nessas horas faz muita falta alguém pra gente conversar. A vantagem de tudo isso: a lojinha. Bem ou mal (mais bem do que mal) já é uma renda garantida que temos, na pior das hipóteses, não dependemos mais daquela oficina que quase não dava nada. Ao olhar pra trás, vejo que já passei por tanta coisa, cada aperto que dá até pra respirar fundo e criar esperança: no próximo ano, não tenho mais faculdade, o que significa menos gastos com combustível, menos contato com meu pai, mais liberdade pra trabalhar... enfim, acho que estou começando a ter perspectiva.

No fundo, estou assim porque quero ir pra los angeles: quero sumir daqui. Acho que estou começando a surtar e realmente pensar que sou uma atriz de Hollywood com dupla personalidade.

Vou parando por aqui e confio em Deus que dias melhores virão (como já vieram antes).

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