sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Escrita Terapêutica - 06

 Oi, tudo bem?

No meio de todo esse turbilhão que tem sido minha saúde mental nos últimos anos, consegui atingir uma meta que vinha tentando desde 2005: concluí minha pós graduação!

No início do ano, meu coordenador me deu a dica de uma universidade que estava com promoções para cursos online de graduação e pós-graduação. Fui me informar e achei uma área do meu interesse: MBA em Estratégias de Comunicação Digital. Sempre gostei de escrever, de comunicação (meu TCC da faculdade foi sobre Comunicação Digital) e as redes sociais parecem um mundo-sem-fim de possibilidades.

Desde que comecei a trabalhar, sempre a parte de divulgação de eventos, cursos e afins sobrava para mim: é o que eu gosto. Então, lá fui enfiar a cara nos estudos depois de quase 20 anos que conclui a faculdade de Informática em Gestão Financeira.

O curso em si foi um pouco decepcionante: talvez porque já lido com isso todo dia no trabalho, muito do conteúdo já era familiar. Alguns materiais estavam um pouco desatualizados, considerando que a realidade digital muda quase que diariamente (e deveria ser um sacrilégio usar referências de campanhas de 2012 em um curso do tipo) mas, ao final, pelo menos consegui mais um diploma para lista.

Em meio a tanta coisa sem sentido que tem acontecido na minha vida, tenho uma vitória para comemorar! Obrigada, Deus!

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Monte Verde

 Oi tudo bem?

Já está mais que na hora que retomar às postagens de sempre por aqui, certo?! A série Escrita Terapêutica vai continuar - afinal, seguimos com a dupla remédio/terapia me acompanhando por aqui. Maaaaassss, a vida continua (Graças a Deus por isso).

Eu sempre tiro férias duas vezes no ano - na empresa que trabalho, podemos tirar férias bipartidas. Acho que nunca falei sobre o meu trabalho com mais detalhes aqui, né?! Esse blog sempre foi meio "misterioso", sem dar muito detalhes sobre a minha vida particular. Mas, vamos lá: vamos começar a contar algumas coisas.

Trabalho em uma escola há 17 anos - ufaaaa - na secretaria e cuido da escrituração dos cursos livres, cobrança e inadimplência, controle e emissão de nota fiscal, além das redes sociais e atendimento ao público. É, bastante coisa! E, por ser escola, podemos bipartir as férias no 1o e 2o semestre.

Então, antes eu tirava as férias maiores em outubro porque é quando o garoto está ganhando mais dinheiro (ele trabalha como técnico de refrigeração e tem uma empresa de venda, manutenção e instalação de ar condicionado) e o período menor ficava para abril porque são os 2 meses que tem menos movimento de trabalho pra mim (um mínimo menos hahaha).

Mas, de 2 anos para cá, comecei a inverter e tirar o maior período em abril porque aí o garoto tem disponibilidade para viajarmos. Esse ano, em abril, fomos para o final de semana em Campos do Jordão para meio que exorcizar a cidade porque, da primeira vez que fomos lá, eu estava começando com os sintomas da TAG e não aproveitei nada. Essa 2a viagem foi melhor, apesar da chuva hahaha.

E nunca costumamos viajar no meu período mais curto de férias porque, geralmente, é só uma semana e fica bem corrido programar uma viagem com tão pouco tempo. Mas, se você vive no Brasil, sabe que estamos passando por um período crítico de calor e, com isso, o garoto está trabalhando a milhão #gracasaDeus

Por isso, ele pediu para programar alguma coisa de lazer no final de semana que eu estivesse de férias para comemorarmos os 12 anos que estamos junto (sim, já são 12 anos juntos, minha gente!). Resolvemos ir para Monte Verde - distrito de Camanducaia, sul de Minas Gerais - porque todo mundo falava que era um lugar ótimo para descansar.

E é mesmo. Péssimo sinal de celular, o distrito se resume a poucas ruas, muitas lojas de artesanato, queijos, vinhos, doces, cachaças e restaurantes caríssimos que lembram o preço de Campos de Jordão (e só).


Justo na minha vez, a "cidade" estava passando por um recapiamento geral e as ruas estavam praticamente no pó da terra. A pousada que ficamos era antiga e tinha vários problemas: é até bem localizada, fora do fervo da avenida Monte Verde mas próximo o suficiente. Na suíte externa q ficamos, o aquecedor estava com botão quebrado, a hidro estava com os 2 registros soltos, o interruptor da hidro estava com mal contato, os canos da pia estavam amarrados, a tv tem imagem chuviscada e só tem 4 canais a cabo, o colchão é muito fofo e o Wi-Fi não funcionou nem no celular nem na TV que dizem ser smart. Em consulta a recepção, não tivemos retorno nenhum. O unico ponto positivo foi o excepcional atendimento do chef de cousine durante o café da manhã: a atenção e simpatia fizeram a diferença na hospedagem.



Valeu a visita na Casa do Strudel -  comemos strudel de banana com sorvete de nata e foi maravilhoso!


Conhecemos o tal porpetone, famoso da cidade, e confesso que achei um macarrão com carne moída de categoria (apesar do preço beeem salgado).


Chegamos no sábado no almoço e até que estava tudo bem até a noite; aí, começamos a sentir falta do celular, da internet e da civilização. Então, no domingo, pegamos nossas coisinhas e fomos para Poços de Caldas.

Melhor coisa que fizemos na vida! 

O trajeto foi maravilhoso, a estrada tem paisagens incríveis, passamos por vááááárias cidadezinha mineiras super simpáticas e Poços de Caldas continua sendo incrível - inclusive, os macaquinhos da Fonte dos Amores mandaram lembranças.






segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Escrita terapêutica - 05

 Oi tudo bem?

Não tenho sido muito frequente aqui porque ainda estou no processo de reorganizar a minha vida.

Parte do tratamento que a psiquiatra me passou foi retomar hábitos que me davam prazer e o blog era um deles. Mas não quero que volte a ser uma obrigação como eu estava sentindo antes; então, venho aqui quando dá vontade (ou quando eu coloco na listinha de afazeres como fiz hoje).

Estou de férias do trabalho essa semana e estou tentando passar dias tranquilos e sem auto cobrança. Eu e minhas listinhas precisamos parar um pouco. 

Sinto que estou progredindo a passinhos de tartaruga-com-caimbra mas estou progredindo. Não tive TPM esse mês e já faz mais de 1 mês que não choro.

Assisti o documentário Ressignificar no Prime e achei bem interessante as abordagens de tratamento para transtornos mentais. 

Estou acompanhando os vlogs da Apenas Ana sobre o tratamento dela para ansiedade e tem sido muito bom também.

De resto, tudo segue na mesma. Para quem chegou agora por aqui, posso dizer que sim: existe uma luz no final do túnel e tudo passa, mesmo que por cima da gente kkk

Achei que nunca teria melhora e, finalmente, estou me sentindo melhor. Mas isso é um grande processo que só está começando.


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Escrita terapêutica 04

 Olá tudo bem?

Faz 1 mês que comecei o processo de recuperar minha saúde mental. Com o diagnóstico embaixo do braço de TAG e Depressão, fui da psiquiatra para psicóloga, em companhia do meu novo amigo, o antidrepessivo.

Nesses 30 dias, comecei a verbalizar coisas que só falei com o meu marido – e com muito custo porque mammy exigiu que eu falasse. Redescobri um diário de quase 20 anos atrás e tive a chance de reviver momentos muito doloridos, falas extremamente inocentes e vivências que hoje eu olho e vejo como eu era imatura.

Olhar para trás e ter que reviver tanta coisa – boa e ruim – tem me ajudado a dar mais valor a vida atual que eu tenho. Um dia após o outro, aos poucos percebo – FINALMENTE – que a tempestade vai ter fim.

Esse final de semana, por exemplo. Na sexta, tive que fazer um exame que atrasou e ocupou quase minha manhã toda. Por tabela, não pude fazer a faxina da casa para o final de semana. Sabia que o garoto só ia querer descansar no final de semana – ele trabalha com ar condicionado e está a mil por hora com esse calor todo – e não queria ficar incomodando com barulho de aspirador.

Fiquei na dúvida se ia conseguir passar o final de semana sem surtar da casa estar suja (no meu ponto de vista) ou ter uma crise porque sabia que ia ter muita coisa para fazer na segunda feira.

Mas isso não aconteceu.

Graças a Deus pelos médicos, remédios e terapia que estão me ajudando a mudar a minha perspectiva e acalmar meu cérebro.

Consegui passar o final de semana tranquila, no ar condicionado, desfrutando da companhia do garoto e da Neguinha (para quem é novo aqui, a minha vira lata). Então, se você que leu isso, está passando por algo parecido, saiba que passa. Demora, mas passa.

E seguimos tentando melhorar um dia de cada vez.

 

 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Escrita Terapêutica 03

 Olá tudo bem?

Um dia de cada vez. Com uma noite no meio.

Nem sempre as noites tem sido boas.

Comecei a tomar o remédio – o antidepressivo – no dia 27 de agosto. Primeiro, meia dosagem para o corpo acostumar. Nos primeiros dias tive náusea – ou foi do remédio ou foi do ovo mexido que comi no café da manhã. Depois passou.

Na sequência dos sete primeiros dias, passei a dosagem cheia – admito que não queria. Preferia ser uma pessoal normal e não depender de remédios para ficar bem. Mas, já nos primeiros dias, finalmente percebi que voltei a dormir bem e sem pesadelos – Glória a Deus.

Até o garoto está dormindo melhor porque eu durmo melhor e não fico cutuando ele toda a noite por causa dos roncos hahaha. Aí ele não precisa pingar Naradrin no nariz e também tem tido noites mais tranquilas e até com sonhos. Todo mundo saiu ganhando.

Comecei também a tal da terapia. Depois de pesquisar e agendar com 5 – sim, a pessoa é ansiosa e saiu fazendo contato com toda a lista de terapeutas da cidade que veio no Google – fiquei com a que eu mais gostei da foto – sim, pesquisei o perfil deles nas redes sociais.

Já fiz 2 sessões – acho que é assim que fala – e até agora não percebi diferença. É muito bom ir lá, desabafar, falar tudo que vem na cabeça e sem filtro – porque não precisa né?! Mas eu estou buscando uma coisa bem prática para conseguir controlar os pensamentos repetitivos que fico tendo, principalmente à noite.

Por exemplo, na semana passada, tínhamos prazo para finalizar o mês de agosto no sistema e tudo estava para última hora porque eu dependia de outras pessoas fazerem a parte delas. Eu até tinha uma alternativa se não desse tempo de cadastrar tudo no sistema, mas o que eu fiz? Passei a noite de terça para quarta fritando na cama remoendo o que eu podia fazer, como eu ia fazer e o que eu faria se não desse certo. Pode isso, produção?!

O horário da noite é o pior para mim porque a minha mente não desliga e fica indo e voltando em coisas e situações e sempre pensando o pior. Se eu aprender a desligar ou a mudar o foco, já vou achar que valeu a pena.

Até agora, não aprendi nada.

 

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Escrita Terapêutica 02

Oi tudo bem?

Criei coragem. Pedi ajuda.

Depois de uma vida de altos e baixos – e dos últimos 4 anos terem sidos mais baixos do que altos – uma lanterna de alerta acendeu e eu vi que precisava de ajuda.

Dias desses, em uma dessas crises doidas de choro-por-causa-de-qualquer-coisa, me tranquei no banheiro e sentei no chão largada. Chorei, chorei como se não houvesse amanhã. E, de repente, olhando pra cima, vi a gilette dando sopa no copo da pia do banheiro. A breve ideia do “até que não seria uma má ideia!” me tomou de salto. Quem é essa pessoa? Quem pode pensar um negócio desses? Isso que dá ter assistido 13 reasons why na 1ª versão do Netlix (entendedores entenderão). Levantei, lavei o rosto e me toquei que precisava de ajuda.

Óbvio que o meu plano de saúde não teria opções disponíveis: na minha cidade, só 2 psiquiatras que são conhecidos por doparem os pacientes. Na região, ninguém que eu tivesse alguma indicação. Então, depois de procurar tanto sobre o assunto na internet, o Espírito Santo usou o algoritmo do Instagram para me mandar o anúncio de uma psiquiatra na minha cidade, @drafrancinematos.

Marquei a consulta no particular mesmo – e lá se vai mais um pouquinho da minha poupança – e passei uma semana ensaiando o que dizer na consulta: fiz até uma lista dos sintomas para não esquecer nada (Afinal, não é todo dia que você paga uma consulta particular, né?!)

Na noite anterior, mal dormi: sonhei que o consultório estava em reforma e ela atendia na sala dela; que não tinha banheiro e eu estava apertada na hora da consulta e que eu nem conseguia falar com a médica porque ela estava atendendo outro paciente junto.

A secretária me ligou – na vida real – pedindo para eu ir um pouco antes que tinha liberado um horário. Imagina uma pilha dirigindo um Palio? Era eu. Cheguei lá com falta de ar, suando frio e segurando o choro, ainda bem que só tinha eu na sala de espera.

A médica foi um doce – conversou, explicou, me acalmou e só faltou perguntar a cor da calcinha de mammy no dia em que eu nasci. Depois de quase 1h20 de consulta, o veredito: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG – jura? Nem tinha percebido hahaha rindo-de-nervoso) e um quadro leve de Depressão Ansiosa. Segundo ela, é muito comum pessoas com ansiedade “destratadas” desenvolverem quadros depressivos como forma de “acalmar” o corpo.


O diagnóstico me tirou o chão: a palavrinha Depressão já remete automaticamente à alguém que se matou, alguém que vive trancado no quarto escuro, dormindo e chorando. E nem sempre eu sou assim: só de-vez-em-quando.

Então, seguiremos o protocolo remédio+terapia+hábitos-de-vida para colocar o Tico e o Teco no lugar.

Oremos.

 

 


terça-feira, 20 de junho de 2023

Escrita terapêutica 01

Escrita terapêutica, né?!

Então, se isso aqui fosse uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo, por onde eu iria começar?

Meu nome é Ana e estou aqui pedindo ajuda porque eu acho que tenho ansiedade. Ou depressão. Ou só falta de louça para lavar mesmo. Não sei o que eu tenho.

Sempre fui nervosa, ansiosa, estressada, impaciente. Mas, nos últimos 4 anos, as coisas têm piorado e muito.

Vim aqui porque conta dos últimos episódios que tenho tido: pesadelos – ou acho que até dá para chamar de alucinações – tão vívidas que parecem reais. Eu “acordo” no meio da noite e sempre acho que tem algum bicho no quarto (aranha, rato, cobra...) e, imediatamente, eu pulo da cama e começo a gritar e pedir socorro. Nunca é nada muito escandaloso do tipo “aaaaahhhhhh, socorrooooooooo” mas eu acabo acordando meu marido que, pacientemente, fica do meu lado até eu “acordar”.

O mais maluco é que eu sei que estou sonhando, sei que aquilo não é real, mas não consigo reagir até ele acender a luz. Parece que a claridade me traz a consciência de que eu tô surtando e aí vem a sensação de sou uma completa idiota, doente, problemática, com algum transtorno que vai terminar me levando parar no hospício, sem reconhecer ninguém.

Além desse problema que vem me atingindo toda a semana – às vezes mais de 1 vez na semana – eu sei que não tenho sono muito regular, me estresso muuuito fácil (sou daquelas que vivo xingando no trânsito e metendo a mão na buzina), sofro por antecipação (e refaço a mesma cena dezenas de vezes na cabeça, com todos os cenários possíveis), tenho crises de choro por motivos fúteis (tipo, não consegui fazer a faxina da semana e minha casa vai ficar uma zona no final de semana. O que vão pensar de mim? (mesmo que ninguém venha na minha casa)).

Sou extremamente solitária, não tenho amigos, não tenho vida social, só convivo com o pessoal do trabalho, meu marido e meus pais. E às vezes me dói isso porque vejo as pessoas que já foram próximas curtindo a vida nas redes sociais e eu trancada dentro de casa. Mas, também, quando me chamam para sair, eu sempre arrumo uma desculpa com a preguiça de ter que me socializar.

Sinto falta de quem eu era. Acho que comecei a ficar assim depois que me casei. Assumi muito as responsabilidades de “ser-a-dona-de-casa-e-esposa-e-profissional-perfeita” e acabei por enterrar a pessoa que eu era antes. Ou isso é só coisa da minha cabeça, porque não mudei nada e fica mais fácil achar que eu era diferente antes.

Toda vez que começo a falar muito sobre isso me canso. Dá uma vontade de jogar tudo pro alto e apertar o botão do F*. Por que preciso problematizar tanto? Pra quê tanto drama? Por que eu não posso ser leve? Queria que meu cérebro tivesse um botão de RESET para eu zerar todas as memórias, dores e traumas e recomeçar sem amarras.

Será que é possível?