terça-feira, 30 de junho de 2020

30 de junho

Oi, tudo bem?

Dia sei-lá-quantos da quarentena. Infelizmente, dei uma sumida por aqui porque os dias estão sem cor: acordo, tomo café, adianto alguma coisa do serviço doméstico (lavar quintal, passar aspirador, lavar louça, arrumar a cama...), me arrumo e vou pro trabalho.

O trabalho tem se passado arrastado: tem dias que temos muito o que fazer mas, na maioria das vezes, o "muito" é sinal de muita dor de cabeça para resolver, isso sim! Tem dias que o serviço está parado, o telefone está quieto, o ambiente calado. Trabalhar dentro de uma escola (será que já contei que trabalho em uma escola aqui? Não lembro....) sem alunos, sem professores e com as portas fechadas é bem estranho. Às vezes temos que andar pelos ambientes para encontrar alguém da manutenção ou limpeza e passamos por salas de aulas fechadas, corredores vazios.... um silêncio ensurdecedor, cercado da incerteza de não saber quando (e se) as coisas vão voltar ao "normal".

Mas será que conseguimos voltar ao "normal" de antes? Agora, com a consciência dos germes e bactérias que vivem por aí, em uma conversa sem máscara, em um toque de mãos ou abraço de uma  pessoa que não vemos com frequência. Será que vamos confiar que o talher do restaurante foi bem higienizado? Que a cadeira que estamos usando não foi usada anteriormente por um assintomático? Me desculpem mas a cabeça de uma ansiosa viaja longeee nessas questões.

Em junho, os dias foram arrastados. Tivemos apenas uma grande aventura em um sábado: fomos até a cidade vizinha para comer um risoto de abóbora com camarão que há meses eu estava com vontade. Por conta da pandemia (e todo o resto que aconteceu e todo mundo sabe), tudo estava fechado: até as entradas das cidades do interior (será que já contei que moro no interior?) estavam trancadas com barreiras sanitárias.

Na última semana de junho, começou o processo de reabertura (e não vamos entrar no mérito se está cedo, tarde, certo ou errado ok?!) e a cantina que amamos na cidade vizinha retomou as atividades. Considerando a analogia feita anteriormente, é óbvio que eu não ia conseguir ir a um restaurante com tranquilidade, mesmo com as sinalização de que "estamos seguindo todos os protocolos de segurança e higiene da OMS".

Então, eu pedi o prato, fomos de carro até a cidade (e matamos a saudade de pagar pedágio... quem diria kkkk), pegamos a comida em uma bela marmitinha de isopor que foi devidamente higienizada quando chegou no carro, pegamos nossos talheres (sim, levamos talheres de casa) e estacionamos  perto de um parque lindo da cidade (que obviamente estava interditado por conta da pandemia do covid19) e curtimos um som e uma boa música no carro, como fazíamos nos tempos de namoro.

E, para fechar o mês, recebemos a notícia que teremos nosso contrato de trabalho suspenso pelos próximos 30 dias.

Vamos às "férias" remuneradas pelo governo federal!

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