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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Filme - A Teoria do Tudo

Eu já tinha me encantado com o trailer e mal podia esperar para ver o filme. 

A Teoria de Tudo se baseia no livro de memórias “Travelling to Infinity: My Life with Stephen,” de Jane Hawking e conta o relacionamento do famoso físico Stephen Hawking (interpretado por Eddie Redmayne) com sua esposa Jane (vivida por Felicity Jones), desafiado pela doença de Hawking, portador de esclerose lateral amiotrófica.

O filme é uma adaptação do livro da ex-esposa de Stephen Hawking, Jane Wild, e conta a biografia de Hawking pelo ângulo de visão de Jane e da relação dos dois juntos. Portanto, o filme não é de fato uma biografia, mas o relato de um período, talvez o mais importante, da vida de Stephen.

Stephen Hawking nasceu numa família de intelectuais e sempre se interessou pelo funcionamento dos sistemas, buscando uma teoria única que fosse capaz de explicar todo o universo - a tal teoria do tudo.

Mas descobri-la não era tarefa fácil. Ainda mais para um estudante de ciências quase boêmio como ele foi. E o homem tão racional se apaixona por uma estudante de língua espanhola e francesa e, logo em seguida, o jovem descobriu que estava muito doente e que tinha apenas dois anos de expectativa de vida.


Arrasado, Stephen decidiu afastar a todos que o amavam e se afundar num buraco negro de sofrimento e autocomiseração. Mas Jane foi implacável. Não só o impediu de se autodestruir, como acabou dando esperanças a ele quando aceitou ser sua esposa. Jane estava determinada a passar ao lado do marido os anos que lhe restavam da melhor forma possível.

A partir daí, temos o relato da convivência dos dois, do amor, do casamento, das lutas, vitórias e dificuldades que se seguiram, uma vez que já sabemos que Stephen não viveu somente os dois anos de vida que lhe foi previsto.

Eu não li o livro que inspirou o filme, mas gostei bastante do roteiro adaptado que consegue ser detalhista, sem ser cansativo. Todos os acontecimentos são muito bem descritos e aprofundados e, apesar do filme se passar por um período relativamente longo na contagem cronológica, muitos pulos temporais são feitos sem se perder muita coisa.

O gênio é deixado de lado, para focar em um Stephen Hawking humano, que precisa lidar com um mundo a sua volta para conseguir viver e aprender a lidar com a doença, com sua genialidade, com a esposa, os filhos, a família.


Com uma excelente fotografia e interpretações belíssima - o ator Eddie Redmayne ganhou a estatueta do Oscar ontem - a equipe traz à tela um trabalho primoroso na construção de cada uma das cena. 

Impossível para mim foi não comparar a história de Stephen e Jane à história de John e Alicia Nash, tão bem retratada no filme Uma Mente Brilhante. Dois gênios acometidos por doenças tão complicadas que atravessam todas as dificuldades impostas pelas vida com ajuda de suas fiéis e fortes companheiras. Mas, pra mim, Alicia Nash ainda dá de 20 a zero na Jane Hawking.

Achei o Stephen bem boêmio, um cara que não perdeu o senso de humor e que muitas vez foi duro e machista com a esposa: encheu a casa de filhos e não aceitava ajuda de ninguém, o que foi desgastando a relação aos poucos.

Com a rotina maçante, a relação dos dois vai esfriando e a intimidade vai diminuindo. Jane encontra apoio no regente do coral, enquanto Stephen encontra em uma enfermeira outra mulher para admirá-lo e ajudá-lo a enfrentar a doença. A cena em que eles discutem sobre a importância de Deus, mesmo depois de anos de convivência e Stephen sabendo sobre a fé de Jane, foi bem tocante para mim.


Mas a cena mais marcante para mim foi quando Jane encontra Stephen após a traqueostomia feita quando ele teve pneumonia, que o deixou sem fala. É emocionante mesmo!


Para os nerds e românticos de plantão, vale o saco de pipoca.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Ainda estou aqui...

Oi, tudo bem?

É, ainda estou aqui. Precisei me ausentar um pouquinho porque os dias foram meio tumultuados com o início do "tratamento" do garoto e a minha adequação ao novo ritmo da vida.

Não tem sido dias fáceis. Na maioria do tempo, eu sinceramente não sei o que quero da vida. Ele está em casa, de molho, pelos próximos 90 dias. Braço engessado até o ombro desde a semana passada, o início foi bem complicado porque ele reclamou de tudo: do banho, da comida, da troca de roupa, do calor, da coceira, do frio, da dor, do sono, da falta do sono, do tédio, dos filmes que tinha para ver, da internet... enfim, o mundo todo.

Daí, tem dias que ele está otimista: nos últimos tempos, ele tinha o trabalho oficial dele e uns serviços extras que ele fazia para juntar mais dinheiro para o Projeto Casa e a Operação Casamento. Como esse "pequeno" imprevisto, ele ficou preocupado se iria perde os "bicos", mas já arrumou um amigo - e esse é amigo com A maiúsculo - que tem ajudado a terminar os serviços pendentes: o garoto fala, ele faz e ganha parte da grana.

O problema maior com certeza tem sido comigo. Os primeiros dias foram difíceis para administrar porque voltei a ser a pilota principal e vou pra lá e pra cá com ele: buscar exame, pagar conta, levar no médico, trazer do médico, comprar remédios... enfim, quase tudo. Daí, tem momentos que ele reclama da mãe, do pai, da família, do mundo e eu tomo as dores. Depois, com calma, eu percebo que o drama não é tão grande assim e que eu estou errada em ficar do lado dele.

Tem coisas que eu queria que ele fizesse e ele não faz; tem coisas que ele faz e eu preferia que ele não fizesse. Resumindo, estou cada dia mais confusa. E tem sido assim: um dia bom, um dia mais-ou-menos.

No meio desse turbilhão de coisas, eu tenho tentado levar as outras partes da minha vida da forma mais normal possível: continuo na academia e tenho me policiado para conseguir ir o máximo de vezes possível na semana, mesmo com tantos novos compromissos no currículo. Tem as atividades de casa que eu não posso deixar de fazer para não prejudicar mammy e, aos poucos, estou conseguindo dar conta. Só acho que tenho me deixado de lado um pouco porque parei de ler e só consegui ver um filme novo até agora.

Pausa para parênteses.

Estou falando de Ela, do Spinke Jonze. Querem spoiler? De longe, o filme mais triste da minha vida. Eu adorei, eu juro. Mas ele é tão realista que chega a doer. 

Se você ler a sinopse do filme, pode até achar que ele está bem longe da nossa da nossa realidade. Mas não está: é só olhar do lado ou prestar atenção para si mesmo que você vai perceber que dedica muito mais do tempo ao virtual do que o real. Praticamente a mesma coisa que Theodore faz.

Mas não vou contar mais: para quem é fã de tecnologia e/ou um ótimo filme, #ficaadica para conferir. Vale o ingresso.

Fim do parênteses.

E hoje perdemos um membro da família. A pequena Maria, nossa calopsita que estava viúva do Kito há uns sete anos, partiu. Encontrei o corpinho dela na gaiola pela manhã. Confesso que chorei um pouquinho: ela era a única menina da casa, depois da Nina e eu me divertia com o jeitinho histérico dela toda vez que eu ia lavar a gaiola ou trocar a água. O enterro foi à tarde no vaso de jabuticaba de mammy. E não vamos repor ninguém lá, porque estamos tentando consertar os erros do passado: passarinho foi feito pra voar, e não pra ficar preso.

Vai com Deus, Maria!